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quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Mitos e verdades sobre retirar glúten e lactose da dieta

Moda nos últimos anos, as dietas livres de glúten e lactose têm sido disseminadas como uma opção para perda de peso. Apesar dos relatos de seus adeptos, que garantem redução de inchaço e diminuição de medidas, especialistas enfatizam que estas restrições só devem ser seguidas por quem realmente têm alguma intolerância ou alergia. ZH ouviu as nutricionistas Marlene Merino Alvarez, doutora em Ciência da Nutrição da Universidade Federal Fluminense, e Roberta Cassani, pesquisadora colaboradora do Laboratório de Genômica Nutricional da Unicamp, para desvendar os mitos sobre o tema.
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Retirar a lactose da dieta auxilia no emagrecimento: mito

De acordo com Marlene, até agora não há evidências científicas consistentes que relacionem o corte da lactose com a perda de peso. Ela explica que o emagrecimento que algumas pessoas relatam pode ocorrer em decorrência da diminuição calórica total da dieta, pois a lactose é um carboidrato e fornece quatro calorias a cada grama.

— Se tiver que retirar algum carboidrato para perder peso, o mais indicado seria a sacarose (açúcar), não a lactose — sugere.

Dieta sem glúten emagrece: mito

Roberta afirma que a associar a retirada do glúten a perda de peso é um mito, e reforça que esta medida só deve ser tomada por quem tem intolerância ou alergia.

— Quando se retira o glúten, geralmente se retira alimentos a base de farinha de trigo ou cevada que são, normalmente, carboidratos. Tirando uma quantidade grande deste macronutriente, com certeza há perda de peso. Mas isso não ocorre pela retirada do glúten, mas sim dos carboidratos — explica.

Retirar a lactose diminui o inchaço abdominal: parcialmente verdade

A sensação de dor e inchaço abdominal é comum aos intolerantes à lactose em função da fermentação da substância no intestino. Portanto, quem não tem restrições não seria beneficiado pela retirada.

— Salvo se houver modificação na dieta como um todo que, em geral, quando orientada para diminuir carboidratos e gorduras em excesso, promove também diminuição do inchaço — indica Marlene.

Retirar o glúten diminui o inchaço abdominal: parcialmente verdade

A nutricionista Roberta Cassani confirma que alguns pacientes relatam inchaço e que não se sentem bem após ingerir glúten.

— Mas não quer dizer que retirar o glúten seja bom para todo mundo. Recomendamos para quem tem doença celíaca ou sensibilidade, mas não se pode discriminar que, para perder peso, essa é a fórmula mágica para todo mundo — diz.

Dieta sem glúten ou sem lactose pode acarretar problemas: verdade

Retirar o leite e seus derivados indiscriminadamente da dieta pode acarretar em problemas como diabetes, hipertensão e, principalmente, osteoporose. Conforme Marlene, a Associação Brasileira de Alimentação e Nutrição (Asbran) é contra a exclusão do leite da alimentação.

— O último Consenso Americano sobre intolerância à lactose, de 2010, faz esse importante alerta sobre o risco da osteoporose para as pessoas que retiram o leite de vaca por conta por conta própria — reforça.

Quando o assunto é o glúten, o maior problema é a redução da quantidade de fibras na dieta. Com a restrição, acaba-se diminuindo a ingestão de determinados alimentos ricos em vitaminas e sais minerais.

— Além disso, o carboidrato é importante na nossa dieta. Quem retira o glúten de maneira radical, tira carboidratos de absorção lenta que são importantes para o organismo — orienta Roberta.

Fonte: ZHVida

Entenda por que exercícios extenuantes podem prejudicar o coração

Praticar exercícios físicos com regularidade é uma orientação recorrente de médicos e profissionais da área de saúde. Mas mesmo para algo tão benéfico quanto mexer o corpo, é preciso ter em vista a moderação. Um estudo iniciado em 2001, em Copenhagen, na Dinamarca, comprovou que a taxa de mortalidade entre pessoas que praticavam atividades extenuantes era estatisticamente similar a dos sedentários.
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— Sabemos que quanto maior o número de horas praticadas de exercícios de leves a moderados, maior a sobrevida. Mas se chegar ao nível extenuante, muda totalmente a característica. Isso se inverte — afirma a presidente da Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (Sobrac), Denise Hachul, que falou sobre o tema no 33º Congresso Brasileiro de Arritmias Cardíacas.

Para chegar à conclusão, os pesquisadores dinamarqueses acompanharam até 2015 um grupo com mais de mil corredores sadios e mais de 3,9 mil não-corredores saudáveis. Considerando a população em geral, obtiveram melhores resultados para a saúde cardiovascular aqueles que corriam em ritmo lento ou moderado.

— Quando ajustamos isso para a idade, se a pessoa tem alguma comorbidade, se é fumante ou não, quanto mais exercício ela fizer, pior para saúde do que ser sedentário — completa Denise.

A cardiologista explica que, durante a prática de exercícios, nosso corpo libera adrenalina e sobrecarrega as câmaras cardíacas, fatores que poderiam impulsionar algum evento cardíaco.

— Parece que esportes de resistência extrema, como maratona e triatlo, fazem com que as aurículas se dilatem. A consequência disso seria uma sobrecarga para o coração — complementa Josep Lluis Mont Girbau, especialista da Universidade de Barcelona.

E engana-se quem pensa que só pessoas predispostas a problemas cardíacos podem desenvolver fibroses. Essas pequenas cicatrizes podem ocorrer em qualquer indivíduo a longo prazo, especialmente naqueles com idade mais avançada.

Diante disso, você deve estar se perguntando: então, qual é a quantidade ideal de exercícios que devemos fazer para preservar a saúde? A resposta é: depende. Afinal, cada indivíduo responde de uma maneira às atividades.

— Você fazer uma matemática numa ciência inexata como é medicina é impossível — adverte Denise.

Já Girbau destaca que uma corrida leve ou andar de bicicleta três vezes por semana estaria de bom tamanho.

— É uma questão de adaptar a idade e não fazer aos 50 o que se fazia com 20 — diz o especialista.

Fonte: ZHVida

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

5 mitos e verdades sobre a dieta do jejum intermitente

Jejum intermitente é um tipo de alimentação que intercala períodos de ingestão controlada de alimento com períodos de jejum absoluto. O método mais utilizado, devido a maior facilidade de adesão, consiste em alternar 16 horas de jejum, com 8 horas de ingestão alimentar, realizando neste momento uma dieta hipo a normocalórica. As refeições devem ser ricas em proteínas magras e gorduras mono e poli insaturadas, e com reduzidas quantidades de carboidratos, priorizando os integrais e os de baixo índice glicêmico.
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Mito ou verdade da dieta:

Qualquer pessoa pode fazer esse tipo de dieta

MITO - Segundo as especialistas, que contraindicam o jejum intermitente, ele não deve ser feito principalmente por crianças, adolescentes, idosos, diabéticos que fazem uso de medicamentos hipoglicemiantes e gestantes. "A gestação é o período de maior demanda nutricional no ciclo de vida da mulher. O carboidrato, por exemplo, precisa estar na refeição para dar energia. Além disso, não é aconselhável que a grávida fique muito tempo sem se alimentar porque ela pode passar mal", afirma Juliana Dantas, nutricionista do departamento de check-up do HCor (Hospital do Coração).

Não é recomendável praticar exercícios durante o jejum

VERDADE - Quem faz atividades físicas precisa ter um suporte adequado de nutrientes. "Se a pessoa passar muitas horas sem se alimentar e, nesse tempo, for praticar exercícios pesados, ela pode ter hipoglicemia", diz Juliana.

Durante o jejum, pode beber água?

DEPENDE - Existem diferentes vertentes da dieta de jejum intermitente, mas na maioria delas o adepto jejua completamente. "Não prescrevo essa prática, mas para as pessoas que já a fazem, oriento para manter, pelo menos, a hidratação porque não faz sentido tirar a água. Todas as reações do nosso corpo acontecem na presença de água", conta a nutricionista clínica Hannah Médici.

As taxas de colesterol ruim aumentam

MITO - Esse tipo de dieta, de acordo com Hannah Médici, existe há séculos, literalmente. "Durante o período paleolítico, o homem, para comer, tinha que caçar sua comida. Então, ele passava muitas horas em jejum. Como a agricultura surgiu bastante tempo depois, o que tinha à disposição para comer era, basicamente, proteína e gordura. Então, essa prática era comum. Acontece que hoje, na vida moderna, temos acúmulo de estresse. Por isso, a pessoa pode ter aumento dos níveis de colesterol ruim", conta a nutricionista. Juliana Dantas complementa dizendo que esses índices negativos variam de pessoa para pessoa."É preciso levar em conta a carga genética. Sendo assim, não dá para dizer que todo mundo terá alterações nos níveis de colesterol ruim", diz a especialista do HCor.

A dieta do jejum intermitente dá resultado

VERDADE - As duas profissionais consultadas concordam que, sim, é possível emagrecer fazendo o regime. No entanto, ao fim da dieta, a pessoa pode voltar a engordar. "É difícil alguém viver em jejum. Então, quando a pessoa volta a se alimentar normalmente, ela retorna para os hábitos errados que tinha antes da dieta e engorda novamente", alerta Juliana. Hannah também acredita que o método tenha resultado no emagrecimento. "A pessoa reduz o peso rapidamente. Só que depois o recupera mais rápido ainda", conclui. Ambas dizem que a melhor maneira para perder quilos extras é a reeducação alimentar.


Fonte: Vida Saudável