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quarta-feira, 7 de março de 2012

Pesquisa permite entender como o coração adoece

Estudo revela o mecanismo fundamental de sinalização das células cardíacas.


A estreita interação entre uma proteína de sinalização de estímulos mecânicos das células do coração, a FAK (Quinase de Adesão Focal), e a proteína miosina, que faz o papel de força do músculo cardíaco — ambas presentes no organismo — é o tema de um estudo realizado pela pesquisadora brasileira Aline Mara dos Santos. O trabalho revelou o mecanismo fundamental de sinalização das células cardíacas, permitindo entender como o coração adoece, dando inclusive sustentação para criar formas de interferir no desenvolvimento de doenças cardíacas.

Segundo o cardiologista Kleber Franchini, orientador do projeto, o estudo toca num assunto que tem suas raízes nos miócitos cardíacos, que são as células de contração do coração, e a sua capacidade de se adaptarem a estímulos mecânicos, principalmente em situações de doenças como hipertensão arterial, doenças das válvulas cardíacas e infarto do miocárdio.

— Abordamos o conhecimento de como o coração responde em situações de sobrecarga — exemplifica Aline Santos.

A pesquisadora orienta que essa sinalização acontece porque a célula cardíaca é muito sensível a estímulos mecânicos, assim como ocorre com qualquer músculo do corpo humano. Sujeitos a um processo de hipertrofia, as miócitos cardíacos não se dividem como outras células do organismo, a exemplo das mucosas da boca e da pele, podendo, assim, aumentar de tamanho.

— Uma vez a célula sendo submetida a estímulo, como um estiramento, ela libera a enzima da miosina e, depois que se solta, fica ativada, desencadeando uma série de ações dentro dos miócitos que redundam no seu crescimento (hipertrofia) — explica.

Em resposta a estímulos com hipertensão arterial — doenças nas válvulas e infarto do miocárdio — a hipertrofia cardíaca marca o início de um processo muito lento de deterioração do coração. Num primeiro momento, ela faz uma espécie de compensação, contudo já traz em si a semente daquilo que poderá ser a deterioração do coração vista tardiamente na insuficiência cardíaca. O orientador da tese esclarece que, na verdade, quase todas as doenças do coração acabam evoluindo com insuficiência cardíaca.

Fonte: BEM-ESTAR

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