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terça-feira, 11 de agosto de 2009

Marvel faz 70 anos

A Marvel Comics comemora nesta terça-feira 70 anos de atividades. A editora começou a publicar quadrinhos em 1939, quando ainda se chamava Timely Comics. Entre os personagens mais populares dessa encarnação da Marvel estão Namor - O Príncipe Submarino, Capitão América e o primeiro Tocha Humana.

Nos anos 1950, com a decadência dos super-hérois no pós-guerra (que resultou no fim da Era de Ouro das HQs), a editora passou a se chamar Atlas Comics. Nessa fase, a empresa passou a atirar para todos os lados, se dedicando a publicar quadrinhos de horror, romance, faroeste, entre dezenas de outros.

A editora foi rebatizada de Marvel Comics em 1961, quando renovou o gênero de super-heróis. Naquele ano foi lançado o primeiro número de Quarteto Fantástico, escrito por Stan Lee e desenhando por Jack Kirby. A grande revolução causada pela Marvel nos quadrinhos começava aí. Ao invés de mostrar heróis invulneráveis e unidimensionais, as HQs de Stan Lee traziam personagens mais complexos e falíveis. Nascia a chamada Era de Prata.

Dando sequencia ao sucesso do Quarteto (um grupo de heróis que brigavam mais entre si do que com vilões) Lee & Kirby criaram uma série de personagens inusitados que moldariam todo o gênero dali em diante. As criações da dupla refletiam as angústias, medos e inadequações de uma geração que crescia na Guerra Fria.

O fantasma de uma guerra atômica rondava boa parte dos quadrinhos da Marvel. A radiação estava presente na origem de alguns de seus heróis mais icônicos, como Hulk e Homem-Aranha. Os X-Men serviam como metáfora para as lutas pelos direitos civis e contra os preconceitos raciais (os protagonistas eram mutantes, vistos com desconfiança pelo resto da humanidade).

O personagem mais popular da editora, o Homem-Aranha, criado por Stan Lee e Steve Ditko, também quebrou uma série de paradigmas sobre heróis superpoderosos. Pra começar, o protagonista era, em sua identidade secreta, Peter Parker, um adolescente tímido e magrelo. Antes dele, moleques como Robin e Bucky só serviam para ser ajudantes do Batman ou Capitão América.

Ao contrário do Super-Homem (da eterna rival DC Comics), o Homem-Aranha era um poço de culpas, fraquezas e dúvidas. Atormentado pela morte do tio, morto em decorrência de uma negligência sua, o escalador de paredes passou boa parte dos anos 60 cogitando aposentar o uniforme, pressionado pelo excesso de responsabilidade sobre suas costas.

E o pior é que o pobre cabeça-de-teia não tinha o reconhecimento necessário por seus atos heroicos: devido a uma campanha difamatória de J.J.Jameson, editor do Clarim Diário, o Aranha era considerado um vilão. Em sua vida civil, Peter Parker tinha que fazer malabarismos para ajudar financeiramente sua Tia May ao mesmo tempo em que escondia dela sua vida dupla. Isso sem contar os inúmeros problemas amorosos do jovem herói...

Essa abordagem mais realista dos super-heróis acabou influenciando tudo o que foi feito no gênero em seguida. A própria DC Comics teve que reinventar seus personagens para não perder leitores para a Casa de Ideias.

Nos anos 1990 e começo dos 2000, a Marvel enfrentou sérios problemas financeiros e quase foi à falência. A companhia acabou sendo salva, em parte, pela série de adaptações bem-sucedidas para o cinema de personagens como X-Men e Homem-Aranha.


Fonte:
Gabriel Rocha
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