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sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Cientistas descobrem causa genética para a magreza

Pessoas com alguns genes duplicados seriam mais propensas a estarem abaixo do peso


Pessoas com cópias excedentes de alguns genes são mais propensas a serem magras demais. Segundo cientistas da Escola de Saúde Pública do Imperial College, em Londres, uma em cada 2 mil pessoas tem parte do cromossomo duplicado, tornando homens 23 vezes e mulheres cinco vezes mais propensos a estarem seriamente abaixo do peso.

Normalmente, um indivíduo herda uma cópia de cada cromossomo do pai e da mãe, resultando em um par de cada gene. Mas, às vezes, seções de um cromossomo são copiadas ou apagadas, resultando em segmentos a mais ou a menos do código genético.

— Em muitos casos, as cópias e apagamentos não produzem qualquer efeito, mas, ocasionalmente, podem gerar doenças — explicou Philippe Froguel, professor da universidade.

No estudo, os pesquisadores examinaram o DNA de cerca de 95 mil pessoas, em busca de padrões vinculados à magreza extrema. Eles descobriram que a duplicação de uma parte de um determinado cromossomo é fortemente associada ao peso abaixo do normal.

Metade de todas as crianças estudadas com este excedente genético foi diagnosticada com falha de desenvolvimento, o que significa que elas não ganham peso em uma taxa normal, à medida que cresceram. Um quarto dos indivíduos com genes extra teve microcefalia — condição na qual a cabeça e o cérebro são anormalmente pequenos, que é associada a deficiências neurológicas e a uma expectativa de vida mais curta.

Em 2010, a mesma equipe de cientistas descobriu que pessoas com a ausência de uma cópia destes genes eram 43 vezes mais propensas a serem obesas mórbidas.

— Uma razão pela qual a nova descoberta é importante é que ela demonstra que a falha de desenvolvimento na infância pode ter causas genéticas. Se uma criança não se alimenta, não necessariamente é por culpa dos pais — afirmou Froguel.

Pesquisas anteriores já tinham identificado um grande número de falhas genéticas que levam à obesidade, mas esta foi a primeira a detectar uma causa genética para a magreza.

— Até o momento, nós não sabemos nada sobre os genes nesta região. Se pudermos descobrir porque essa duplicação genética causa magreza, isto pode gerar novos tratamentos possíveis para a obesidade e distúrbios do apetite — completou.

As duplicações nesta região já tinham sido, anteriormente, associadas à esquizofrenia, e os apagamentos, ao autismo.

Fonte: http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default.jsp?uf=1&local=1§ion=Segundo+Caderno&newsID=a3472034.xml

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